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Google Antigravity: mais uma ferramenta de IA… ou algo realmente diferente?

Renato Asse

O que é o Google Antigravity em duas frases

O Antigravity é um ambiente de desenvolvimento criado pelo Google que coloca múltiplos agentes de IA trabalhando dentro da sua IDE, não como ajudantes que respondem a prompts, mas como participantes ativos no fluxo de trabalho. Esses agentes não ficam limitados ao chat. Eles abrem arquivos, editam código, rodam comandos no terminal, navegam em páginas e registram evidências do que fizeram. E tudo isso aparece em uma estrutura organizada que você acompanha de perto.

Arquitetura agent-first: onde ele se afasta do Cursor

O Cursor elevou o padrão das IDEs com IA porque transformou o autocomplete e o refactor em uma experiência realmente produtiva. É ótimo para acelerar o desenvolvedor individual. No entanto, o Cursor continua sendo uma ferramenta centrada no humano. Você pede, ele executa. O Antigravity muda o foco. Ele opera como um sistema que gerencia vários agentes que trabalham ao mesmo tempo em coisas diferentes. É como se você tivesse uma pequena equipe de robôs programadores dentro da sua IDE, cada um com uma missão clara. Essa diferença de arquitetura faz o Antigravity se comportar menos como um copiloto e mais como um coordenador de tarefas complexas.

Manager View e Artifacts: transparência e governança que faltam em outras ferramentas

Ferramentas de IA costumam pecar em um ponto: você nunca sabe direito o que ela fez para chegar no resultado. No Antigravity o Google tenta resolver isso criando duas coisas. A primeira é a Manager View, uma área onde você vê todos os agentes trabalhando, em tempo real, com suas missões, etapas e progresso. A segunda são os Artifacts, que são registros claros do trabalho realizado. Isso inclui planos, relatórios, snippets, resultados de testes e até gravações do navegador quando o agente precisou validar algo na web. Essa transparência ajuda equipes grandes, especialmente as que precisam de controle mais rígido.

Antigravity vs Lovable: dev tool x gerador de app

Muita gente olha o Antigravity e compara com o Lovable, mas as ferramentas vivem em mundos diferentes. O Lovable é um construtor de aplicações para quem não quer lidar com código direto. Você descreve o app e ele gera a estrutura completa. O Antigravity não é isso. Ele é para equipes de desenvolvimento que já trabalham com repositórios, pipelines, testes e componentes mais sensíveis. É uma ferramenta que assume que existe um fluxo de engenharia por trás. Enquanto o Lovable te entrega um produto pronto, o Antigravity te ajuda a construir um produto complexo com mais organização e precisão.

Conclusão: quando usar e quando não usar

O Antigravity é mais útil em projetos que têm muitas tarefas paralelas, como implementação de features grandes, refators pesados ou ciclos de experimentação. Ele também brilha quando você precisa de rastreabilidade e clareza sobre o que cada agente fez.

Por outro lado, o Google Antigravity não é a ferramenta ideal para criar algo rápido e simples. Nesse caso o Lovable e outros builders vão te entregar velocidade com menos esforço. Também não é a solução perfeita para trabalhos muito criativos ou que dependem de contexto profundo. No fim das contas, o Antigravity é mais uma peça forte no arsenal de quem desenvolve software. Mas é uma peça que muda o jogo nos cenários certos.